Oficinas de Escrita – Como implementar

Poesia, a arte das palavras

No dia 31 de Maio a Biblioteca Escolar promoveu oficinas de escrita para o segundo e terceiro ciclos e uma sessão sobre poesia para o décimo segundo ano. Para orientar estas actividades foi convidado o professor, autor e formador Doutor António J. L. Vilas-Boas.
Não é de hoje que ouvimos e lemos que os alunos escrevem mal. O problema existe, está diagnosticado mas continua a verificar-se. “Eu considero que há, na relação da escola com os alunos, um processo de traição lamentável, quando os professores não têm consciência de que a escola é fundamentalmente uma instituição de escrita. (…) O mais importante é salientar que quase toda a avaliação que se faz hoje faz-se através da escrita. E, no entanto, nas escolas portuguesas não se ensina os alunos a escrever”(Sérgio Niza).
Quando há uns anos atrás ouvi o formador António Vilas-Boas falar das “oficinas de escrita”e da sua prática com os alunos achei que elas podiam contribuir para a solução do referido problema. Enquanto estudantes fomos ensinados e depois como professores repetimos o método, apresentando propostas de escrita sobre determinados temas aos alunos, limitando-nos a avaliar com mais ou menos anotações o produto final. Este formador propõe algo mais. Há uma década que vem propondo a realização de oficinas de escrita nas aulas de Língua Portuguesa e outras. Na prática consistem em propor aos alunos a escrita de textos sob a orientação e acompanhamento personalizado do professor. Os alunos escrevem e reescrevem na aula com a orientação do professor. No fim comparam o texto inicial com o final e compreendem que valeu a pena o esforço. O texto fica com mais coerência, mais estruturado, claro e correcto.
Foi desta forma que o professor Vilas-Boas trabalhou com os alunos imprimindo-lhe o seu cunho de dinamismo, competência e experiência. Deste modo os alunos escreveram, com entusiasmo, textos que eles ou o professor leram aprazivelmente.
Dinamizou também uma sessão de poesia com os alunos de décimo segundo ano, ajudando-os a desmontar o jogo de palavras utilizado pelos seus autores para melhor compreenderem os poemas. Os alunos assinalaram repetições, identificaram as palavras que traduziam oposições e afinidades, etc. Acompanhados pelos professores mostraram-se muito participativos, interessados e satisfeitos com a forma clara e simples como lhes foram apresentados poemas de difícil compreensão e análise.
O Doutor Vilas-Boas, como formador do ME para os novos programas de Português, chamou ainda a atenção dos alunos para alguns aspectos e cuidados a ter no exame para serem bem sucedidos.

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